Mulher Negra
Da África fui arrancada
Escravizada, desumanizada, violentada
Humilhada pelo senhor
Tiraram meu filho pr’eu amamentar o filho do estuprador
Trabalhando na lavoura e na agricultura
Essa era vida de negra, dura
Mas eu não me acomodei, resistir
Com meus irmãos de cor
Quilombos construir
O que não tolero e não aceito
Alguém cheio de preconceito
Com tudo que tenho feito e vivido
Dizer que Quilombo é lugar de preto fugido.
Quilombo é o espaço de resistência é luta
Construído com muita labuta
Onde negros, índios e brancos em comunhão
Viviam sem exploradores e opressão.
Luiza Mahin, Dandara, Acotirene e outras negras do passado
Assim como Anastácia
nos deixaram úm grande legado
a união a resistência do povo escravizado.
Minha inteligência chamam de intuição,
Doméstica é o que nos resta de profissão
Dondoca, sexo frágil não nos cabe não,
nesta sociedade monocultural
Minha luta pelo direito a igualdade social
Não apagou minha diferença étnico-racial
Sou muito mas que esta franzina aparência
Sou pura resistência
minha arma é minha consciência.
p/ Nicinha Durans é poetiza da Periferia do grupo de rap Dialeto Preto.
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