
O barrato é louco irmãos, mais um ano se passando, e a correria continua, trabalhamos de sol a sol, fichado ou de bico, sempre resistindo a exclusão, preconceito, a violência policial e a aculturação branca europeia para nossas mentes e corpos pretos, calejado e sofrido mais nunca cansado de lutar pela nossa liberdade, econômica, política e cultural, como muitos dos nossos lideres que foram assassinados pelo colonizador branco lutaram, enquanto alguns de nos hoje ficam sentados assistindo rebelde e malhação como se a cor de que esta lá é igual a de quem esta aqui na quebra, sofrendo com o desemprego, e com a violência policial e do estado, que só discuti violência quando atinge alguém da dita “sociedade organizada”, os play boy, os brancos, que logo procuram fazer suas passeatas pedindo paz com a repressão dos indivíduos violentos, mau educado, preto, pobre, favelado isolado no gueto, na favela sem nenhum direito respeitado, onde os policia chegam sempre com o dedo nervoso, achando que somos as piores ameaças , acham que vão revolver os nosso problemas sócio-raciais nos espancando em qualquer abordagem na quebra, onde somos todos visto como bandidos em potencial desde o período colonial “se policia revolvesse os problemas dos pretos, estávamos bem na fita a um tempão”, quanto irmãos já se foram mortos pela policia, quantos trabalhadores tiveram suas vidas tiradas pelas policia. Gerô, o operário da construção civil. No dia 24/12 na comunidade da boa esperança, um policial demominado de cabo cross, passou com sua viatura e disparou um tiro de bala de borracha em uma jovens só porque ela não deu a informação que ele queria, acelerando a viatura se evadindo do local, o mesmo já é conhecido entre e juventude por ser agressivo, na quebra os jovens são agredidos diariamente pela polícia, aqui na liberdade é difícil não pegar baculejo, já fomos presos, espancados, e levados para o plantão da refesa, só porque a policia acham que três pretos num carro novo é bandido, mais como a única coisa que nos temos nessa sociedade branca, racista, preconceituosa e a nossa palavra como preto, conseguimos provar que não desacatamos ninguém, que agimos em legitima defesa, provando que quem estava errado erra os policia, onde no desenrolar do processo ficamos sabendo que a frente da casa do meu parceiro preto moura onde fomos preso na rua da vala é tida pro estado, pra policia como área de risco.

As vezes a tarde, quando não estou trabalhando (fichado ou de biço), fico no canto da rua da vala conversando com seu joca, seu mora, pai de Afonso(preto moura), e com outros parceiros da quebra que sempre colam por lá a tarde, onde a brisa da maré nos tranqüiliza por alguns segundos perante as mazelas do estado com a nossa comunidade, onde fico tentando ver qual é o risco da área.

Crianças, tios e tias, jovens, carros, bicicletas, motos, entre e sai da rua da alegria e rua da vala, as pessoas sempre ouvindo as pilhas que moura dá em quase todos que passa em frente ao seu salão,

que é o pátio da sua casa e o corte é dois conto, mais pra corta tem que marca ponto entre a rapa que se amontoa na frente de sua casa, tida como área de risco pro estado em nosso processo. “FIQUE ESPERTO”.
P/ Sonianke-Dialeto Preto.