28 de dez. de 2011

Pelas quebras da Liberdade.


O barrato é louco irmãos, mais um ano se passando, e a correria continua, trabalhamos de sol a sol, fichado ou de bico, sempre resistindo a exclusão, preconceito, a violência policial e a aculturação branca europeia para nossas mentes e corpos pretos, calejado e sofrido mais nunca cansado de lutar pela nossa liberdade, econômica, política e cultural, como muitos dos nossos lideres que foram assassinados pelo colonizador branco lutaram, enquanto alguns de nos hoje ficam sentados assistindo rebelde e malhação como se a cor de que esta lá é igual a de quem esta aqui na quebra, sofrendo com o desemprego, e com a violência policial e do estado, que só discuti violência quando atinge alguém da dita “sociedade organizada”, os play boy, os brancos, que logo procuram fazer suas passeatas pedindo paz com a repressão dos indivíduos violentos, mau educado, preto, pobre, favelado isolado no gueto, na favela sem nenhum direito respeitado, onde os policia chegam sempre com o dedo nervoso, achando que somos as piores ameaças , acham que vão revolver os nosso problemas sócio-raciais nos espancando em qualquer abordagem na quebra, onde somos todos visto como bandidos em potencial desde o período colonial “se policia revolvesse os problemas dos pretos, estávamos bem na fita a um tempão”, quanto irmãos já se foram mortos pela policia, quantos trabalhadores tiveram suas vidas tiradas pelas policia. Gerô, o operário da construção civil. No dia 24/12 na comunidade da boa esperança, um policial demominado de cabo cross, passou com sua viatura e disparou um tiro de bala de borracha em uma jovens só porque ela não deu a informação que ele queria, acelerando a viatura se evadindo do local, o mesmo já é conhecido entre e juventude por ser agressivo, na quebra os jovens são agredidos diariamente pela polícia, aqui na liberdade é difícil não pegar baculejo, já fomos presos, espancados, e levados para o plantão da refesa, só porque a policia acham que três pretos num carro novo é bandido, mais como a única coisa que nos temos nessa sociedade branca, racista, preconceituosa e a nossa palavra como preto, conseguimos provar que não desacatamos ninguém, que agimos em legitima defesa, provando que quem estava errado erra os policia, onde no desenrolar do processo ficamos sabendo que a frente da casa do meu parceiro preto moura onde fomos preso na rua da vala é tida pro estado, pra policia como área de risco.
As vezes a tarde, quando não estou trabalhando (fichado ou de biço), fico no canto da rua da vala conversando com seu joca, seu mora, pai de Afonso(preto moura), e com outros parceiros da quebra que sempre colam por lá a tarde, onde a brisa da maré nos tranqüiliza por alguns segundos perante as mazelas do estado com a nossa comunidade, onde fico tentando ver qual é o risco da área.
Crianças, tios e tias, jovens, carros, bicicletas, motos, entre e sai da rua da alegria e rua da vala, as pessoas sempre ouvindo as pilhas que moura dá em quase todos que passa em frente ao seu salão,
que é o pátio da sua casa e o corte é dois conto, mais pra corta tem que marca ponto entre a rapa que se amontoa na frente de sua casa, tida como área de risco pro estado em nosso processo. “FIQUE ESPERTO”.
P/ Sonianke-Dialeto Preto.

27 de dez. de 2011

Poesia na Diáspora Africana.

Mulher Negra

Da África fui arrancada
Escravizada, desumanizada, violentada
Humilhada pelo senhor
Tiraram meu filho pr’eu amamentar o filho do estuprador
Trabalhando na lavoura e na agricultura
Essa era vida de negra, dura
Mas eu não me acomodei, resistir
Com meus irmãos de cor
Quilombos construir
O que não tolero e não aceito
Alguém cheio de preconceito
Com tudo que tenho feito e vivido
Dizer que Quilombo é lugar de preto fugido.
Quilombo é o espaço de resistência é luta
Construído com muita labuta
Onde negros, índios e brancos em comunhão
Viviam sem exploradores e opressão.
Luiza Mahin, Dandara, Acotirene e outras negras do passado
Assim como Anastácia
nos deixaram úm grande legado
a união a resistência do povo escravizado.
Minha inteligência chamam de intuição,
Doméstica é o que nos resta de profissão
Dondoca, sexo frágil não nos cabe não,
nesta sociedade monocultural
Minha luta pelo direito a igualdade social
Não apagou minha diferença étnico-racial
Sou muito mas que esta franzina aparência
Sou pura resistência
minha arma é minha consciência.


p/ Nicinha Durans é poetiza da Periferia do grupo de rap Dialeto Preto.

18 de dez. de 2011

LIBERDADE PARA MUMIA ABUL JAMAL


Jornalista e militante negro do partido dos Panteras Negras nos anos 70, Mumia Abu Jamal foi preso e condenado a morte por ser acusado de matar um policial que espancava seu irmão no início dos anos 80. Em 27 de março de 2008, a Corte Federal de Apelações dos EUA anulou essa sentença, convertendo-a em prisão perpétua. Exigimos um novo jugamento, a sentença de MIMIA ABUL JAMAL não tem haver com o seu caso, e sim com o fato de ele ser um militante negro ante racista no país que mais segregou a população negra na America. LIBERDADE PARA MUMIA ABUM JAMAL.

2 de dez. de 2011

“A luta dos pretos e por liberdade, não por integração, respeito como ser humano, respeito como preto, respeito como preta) Malcolm X.



Além das reivindicações sobre os direitos básicos da nossa sobrevivência; Emprego, educação, saúde, cultura e lazer, os negros na periferia sempre se posicionaram em relação aos órgãos de segurança pública, denunciando as inúmeras agressões sofridas diariamente dentro das periferias, onde os representantes desses órgãos, o policial que é preparado meses e meses na academia, agem com grande violência e desprezo com a classe trabalhadora, como aconteceu no assassinato do operário da construção civil, que foi brutalmente assassinado com cincos tiros semanas atrás pela polícia(foto a cima), e como continua acontecendo, principalmente, com os jovens negros nas periferias brasileiras. Isolado do convívio da dita sociedade organizada, por não ter uma educação de qualidade e multi-plurietnica, que venha discutir as diferenças étnicas e o papel de cada grupo dentro dessa sociedade, tendo apenas um padrão educacional do ponto de vista branco, europeu, que ver os povos não brancos como inferiores, o jovem negro se evadir do espaço escolar, indo sobreviver como pode dentro das periferias, que padece das estruturas sociais do estado, mas viver cercada pela polícia, racista e preconceituoso para com o povo negro. Banalizamos a pobreza a tal ponto, que não nos indignamos com o estado de penúria social em que se encontra o nosso estado,“De tanto vermos tudo não distinguirmos nada”, ficando apático com a violência social e policial em nossas comunidades e com as noticias de corrupção em nosso país, que vive a propagandear o mito da democracia racial, maquiando e escondendo a realidade da população negra, indígena e mestiça dentro das periferias. No último senso do IBGE, divulgado há poucos dias, os dados sobre violência mostra que os homens morrem mais que as mulheres, fazendo a relação de gênero que também tem grandes desigualdades no Brasil, omitindo os dados sobre a violência em relação à raça, pois pra nós organizados no movimento hip hop Quilombo Urbano, quem esta morrendo pela violência é o jovem negro, é o jovem pobre, é o jovem mestiço da periferia, como mostra um estudo sobre a violência no Brasil; “Já entre os negros, o número de vítimas de homicídio aumentou de 26.915 para 32.349, o que equivale a um crescimento de 20,2%. Com isso, a brecha que já existia em 2002 cresceu mais ainda e de forma drástica...ou seja, morrem proporcionalmente 67,1% mais negros do que brancos”³. Vivendo neste estado de violência social, sem emprego, sem espaço pras práticas de esporte, sem incentivo a educação, o jovem negro acaba indo para as ruas de sua comunidade sobreviver como pode de bico, tentando ganhar o seu pão do dia. Tendo como pouca pratica de lazer, o futebol, jogado na rua por não ter espaço adequando para jogar, onde muita das vezes a bola é levada pela policia, sobre o pretexto de não poder jogar na rua, como se tivéssemos espaços adequados, onde se alguém expressar alguma atitude contra é agredido, no bairro da Liberdade, os policiais cabo Cross e cabo Marco, não hesitam em lhe ameaçar ou lhe agredir nas revista caso questione o porque da abordagem, onde já que não temos espaços para desenvolver cultura e lazer, até o theato padre Aroldo, fechou a porta para a comunidade, servindo agora como abrigo da policia, levando muitos jovens a revoltar com essa criminalização. Já que a educação não revolver, as perguntas sobre a nossa existência, sobre a nossa sobrevivência, não explica nada sobre nossa realidade. O porque de sermos negros, porque da pobreza que nos cerca, o porque de sermos jovens e termos que trabalhar tão cedo, diferente dos jovens brancos que estudam até se forma, o porque da violência policia em nosso meio, muitas perguntas sem resposta, acabam levando os jovens a se revolta, jogando a sua revota no crime, sendo seduzido pelo dinheiro para atender a sua necessidades. Para nos da posse de Hip Hip Liberdade sem fronteiras, já sabemos a mile anos que o crime não ira revolver nossa demanda de reivindicações dentro dessa sociedade fundada na opressão do povo indígena e negro, mas não podemos ver os negros que estão no crime, simplesmente como “bandidos em potencial” e como problema de polícia, pois estão ideologicamente dominados servindo de bucha de canhão no crime e na guerra interna dentro das periferias, que só tem tirado a vida de negros e pobre excluídos dos meios de produção, se vendo como inimigo, indo de contra a nossa libertação.

P/ Sonianke, Posse de Hip Hop Liberdade Sem Fronteitas e do grupo de rap Dialeto Preto.